Ao longo dos séculos, vários estudos foram desenvolvidos a fim de poder provar a existência ou não da «alma» humana. Este assunto, assim como outras vertentes sobrenaturais, fazem parte de algumas temáticas que o homem sempre tentou compreender.


Em 1907, um investigador americano chamado Duncan MacDougall tentou provar que a «alma» existe e que tem peso. Observou seis pessoas, em fase terminal, antes e depois de morrerem, e constatou que perdiam peso assim que faziam a "passagem”. Aliás, referiu mesmo que a «alma» teria o peso exato de 21 gramas.

O meu objetivo não é perceber nem contestar se a «alma» tem ou não propriedades materiais, como o peso ou um campo eletromagnético.

Para mim, a alma é a energia; é existência para além da matéria e dos cinco sentidos. Não pode ser vista, é a nossa identidade interior. Por exemplo, a alma da música é a visão do compositor que deu vida às notas tocadas numa composição musical.

Numa pequena pesquisa que realizei sobre o que é a «alma» (conceito que também aparece referenciado como «espírito» ou «aura»), alguns estudos também especulavam que a partida da alma depende do carácter da pessoa: as almas mais «pesadas» demoram mais tempo a abandonar o corpo.

Concordo com a designação de «almas pesadas». Algumas pessoas simplesmente desamam tão profundamente, inquietam-se tanto e dão tanto delas a preocuparem-se com a vida dos outros, que não lhes sobra nada para si mesmas. Simplesmente não têm uma vida.

Independentemente da verdade científica, a «alma» pesada existe. É visível naquele tipo de pessoas que se alimenta de reivindicações, discussões, azedume e indisposição para com a vida. Esse peso, que poderá ou não influenciar o peso da «alma», enclausura a capacidade de viver em harmonia, de estar “de bem com a vida”, porque o que importa são apenas as suas dores, o seu “umbigo” e a sua pequena história sem enredo, sem protagonista, onde a personagem principal é sempre o vilão.

Gosto de relacionar-me com as pessoas, mas sem ter espírito de liderança, sempre com a certeza de que não ocultarei a minha opinião só porque poderá divergir das restantes. Prefiro que a minha conduta se coadune com os meus princípios que, por sua vez, serão reveladores do meu carácter.

No nosso dia-a-dia convivemos com várias pessoas e, neste convívio diário, vamos estreitando relações com quem temos mais afinidade. Mas, é quase inevitável, que nas nossas ligações existam os que estão sempre “de mal com a vida”.

O ser humano representa um emissor de energia, que produz um campo energético à sua volta. Independentemente do conceito, que poderá tratar-se de um fluido ou de uma essência subtil, algo emana para os que connosco convivem.

Por causa deste magnetismo, sentimo-nos atraídos, criamos empatia ou não por certas pessoas, algumas mais do que com outras; em alguns casos, basta apenas um encontro para nos envolvermos numa energia contagiante, o que comummente nos faz pensar que já nos conhecemos de “outras vidas”. Depois existe o contrário, pessoas que facilmente nos provocam uma desagradável sensação de cansaço, como se absorvessem a nossa energia. Este tipo de sensação deverá refletir sempre a maior expressão de plenitude, transformando a falta de empatia, em respeito pelo outro, independentemente de qualquer fator.

Afinal, o que fica da nossa vida são as relações que conquistamos e as conversas que tivemos. No limite, quando alguém contar a nossa história, as narrativas que importam são as lembranças de gratidão e os valores que transmitimos.

Nunca devemos esquecer que exercemos a nossa arrogância quando exigimos de alguém aquilo que não exigimos de nós mesmos.


O peso da alma

by on julho 20, 2018
Ao longo dos séculos, vários estudos foram desenvolvidos a fim de poder provar a existência ou não da «alma» humana. Este assunto, assim c...