A vida sempre ganhará

Os alunos desenvolvem o seu processo educacional em dois grupos distintos: a família e a escola. Em família, vivem e compartilham as experiências pessoais, os seus medos e receios. No universo escolar, devem aprender a ser pessoas livres e felizes, assertivas e solidárias. É fundamental o exercício da criatividade, como elemento de impulsão no processo educativo. A propósito, partilho convosco um texto elaborado pelo meu filho Simão, que frequenta o 6ºano, para a disciplina de Português, inspirado num desenho a carvão, também feito por si. 

Para se poder ser membro irrepreensível de um rebanho de carneiros é preciso, antes de mais, ser-se carneiro. Segundo Albert Einstein, “criatividade é inteligência, divertindo-se”. Estará a escola preparada?


«A história que vou contar-vos fala sobre uma cidade, mas não sobre qualquer uma, esta é a cidade da vida. Está no alto do céu e é transportada por uma grande águia, que tem olhos azuis como o mar e uma plumagem de espantar qualquer um. Leva agarrada a si uma lanterna que simboliza a luz. 

Esta cidade não é habitada por humanos, mas sim por anjos e todos os outros seres que não fazem mal ao mundo. Por sua vez, a cidade tem poucos prédios, mas há espaço para todos. 

Um certo dia, a morte foi confrontar a vida. Então foi à cidade e transformou tudo o que era belo e iluminado, num sítio frio e escuro. Os anjos lutaram contra os demónios e as águias contra os cavalos do mal. A morte parecia querer acabar com tudo e com todos, a terra ficou assombrada. A felicidade refletiu-se em tristeza e o amor em ódio. 

Porém, a vida começou a revigorar-se e conseguiu destruir as trevas que habitavam a terra e a felicidade voltou. A vida voou de novo para o céu e com a sua força atacou o mal que lá residia, derrubando tudo o que lhe fazia frente. Os anjos morreram e a vida quase tinha desaparecido, mas de repente, provando que os milagres existem, tudo ressuscitou. A vida voltou, as trevas morreram e tudo se transformou no paraíso. 

A vida sempre ganhará, ela consegue acabar com o mal do mundo e nós somos muitas vezes a prova disso mesmo, ajudando os que mais precisam. Infelizmente, os humanos também contribuem para a morte, por exemplo de muitas espécies do nosso planeta, e ao fazerem mal uns aos outros. 

Existe apenas uma certeza, a de que todos devemos lutar para construir o amor porque ele é a nossa maior arma. Muitas vezes não percebemos que as cicatrizes que não conseguimos ver são as mais difíceis de curar, mas o amor tudo supera!» 

Texto e desenho a carvão: Simão Antão, 11 anos

Sem comentários:

Enviar um comentário