É Natal! Crentes de todas as crenças e não crentes assinalam a efeméride! Como uma espécie de magia tudo se transforma em algo mais belo e harmonioso. O Natal é tempo de dar, de receber, de distribuir afetos. É a época em que o amor irradia.


No Natal, a vida ganha luz, as pessoas conquistam sorrisos e os corações enchem-se de alegria. A tradição repete-se todos os anos, mas em cada Natal existe algo de novo e diferente, uma surpresa especial, que nos faz sentir uma nova sensação e a certeza de termos vivido uma noite única. 

Muito já se escreveu sobre o Natal e sobre o seu significado para cristãos e não cristãos de todo o mundo. Na verdade, existe uma espécie de fenómeno sobre o qual muitas vezes me interrogo e para o qual não encontro uma razão aparente. A data transcende qualquer religião e evoca sentimentos de amor, amizade, solidariedade, aconchego e fraternidade. Mesmo com a excessiva comercialização que se vive na atualidade, ainda são muitos os sentimentos, juntamente com os crentes na religião católica, na qual eu me incluo, que predominam na hora de o celebrar em família. Esta mistura de emoções, que se perpetuam de geração em geração, só poderá ter uma intervenção divina. O Menino Jesus existe mesmo! 

Este ano há um lugar vazio à mesa, uma saudade que ficou, um sentimento enorme daquilo que foi, mas que continua a ocupar muito espaço dentro do coração. Mas, é Natal e tudo se transforma numa doce memória. 

Aproveitemos a oportunidade para estar ao lado dos que amamos. Celebremos o amor pelos outros, pela família, pelos amigos. Agradeçamos cada momento. 

O dia de Natal é um dos feridos mais importantes do calendário católico e o dia do ano mais esperado pelas crianças. É o “Amor em estado puro”! 

Nesta quadra que se celebra a família, é de nossa responsabilidade implantar nas nossas vidas esta energia contagiante. Se pesquisamos um pouco mais, vemos que sua origem se perde na Antiguidade, nas primeiras e remotas crenças humanas, às quais, ao longo dos séculos, se foram incorporando novas tradições. Desde o Império Romano, o Natal tem sido uma luta entre religiosos e pagãos, entre a festa e a liturgia, que se prolonga até ao consumo desenfreado nos centros comerciais. Na Antiguidade, o Natal era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV que o dia 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial. Na Roma Antiga, este dia era a data em que os romanos comemoravam o início do inverno. Portanto, acredita-se que haja uma relação entre este facto e a oficialização da comemoração do Natal. Para os que acreditam ou não no nascimento do Menino Jesus importa perceber que o Natal só estará completo quando nascer nos nossos corações. De nada adiantarão os pinheiros enfeitados, os embrulhos, os jantares de consoada, se não tivermos o principal ingrediente: o AMOR! 

Não basta prepararmos uma requintada ceia natalina, se ao nosso lado continuar a faltar a alegria nos olhos de muitas crianças que nada têm para receber. Natal é tempo de comemorar a vida, espalhar o amor e semear a esperança. 

Dizem que a melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio dos nossos corações e que aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham na nossa caminhada. Ouçamos o silêncio! 

Não existem limites para os nossos sonhos, basta acreditar. Feliz Natal!

O Menino Jesus existe mesmo!

by on dezembro 23, 2018
É Natal! Crentes de todas as crenças e não crentes assinalam a efeméride! Como uma espécie de magia tudo se transforma em algo mais belo e ...
Numa sociedade cada vez mais dependente da ciência e da tecnologia não podem existir investigadores solitários. Comunicar conclusões científicas é, por isso, natural, e ainda bem que assim o é, em prol da própria ciência.


Clareza e exatidão devem caraterizar qualquer tipo de comunicação. O bom uso da linguagem, o cumprimento das regras gramaticais, a permanente atenção a certos vícios e incorreções são fatores determinantes para uma comunicação assertiva, objetiva, convincente e sem rodeios.

Todavia, para comunicar, quer seja Ciência, Arte, Música, Pintura, Cinema, Literatura ou Teatro, é necessária uma enorme inteligência emocional, porque ao colocar-nos no lugar do recetor, estamos a utilizar argumentos que o poderão ajudar a uma melhor receção da mensagem. A liberdade de comunicação aumenta a responsabilidade daquilo que se transmite e, consequentemente, dos possíveis efeitos. A ciência suscita credibilidade. O problema é particularmente visível quando se utiliza uma comunicação persuasiva. Por exemplo, quando não existe uma fronteira entre manipulação e precisão. Quando o leitor se sente defraudado, a informação tende a ser frágil e descredibilizada, seja qual for o acontecimento ou circunstância a comunicar. Assim é na Ciência.

Comunicar Ciência não é fácil. Nem difícil. É como comunicar qualquer outra temática. O uso da retórica e, consequentemente, da argumentação corre o risco de manipular, de nos colocarmos “em bicos de pés”, de camuflar a verdade ou relativizar o absoluto. A comunicação de Ciência, tal como qualquer outra, obedece, ou deve obedecer, ao princípio universal da ética, baseando-se no acordo sobre os princípios de informar e não na arte de parecer ciência.

A Ciência é uma forma de pensar e, até hoje, tem sido a melhor e mais bem-sucedida a esclarecer os mistérios que nos rodeiam. Por isso, não é de surpreender que, por vezes, nos sirvamos dela para comunicar o que parece ser e não o que realmente é. Quem tenta comunicar, de forma eficaz, resultados duvidosos, precisa de simular uma aparência científica.

O público é confrontado com descobertas quase diárias. Atualmente, temas como o cancro, as neurociências, a nanotecnologia, a genética, qualquer tema que possa exercer sensacionalismo sobre o leitor, são explorados desonestamente, muitas vezes sem se pensar nos efeitos nefastos que estas supostas descobertas podem causar nos que vivem de perto dramas reais. Frases como “Cientistas pensam ter descoberto novas terapias para o cancro…”, “Cientistas acreditam ter encontrado a cura para…” não devem ser utilizadas em nome da ciência porque ainda o não são, e o que ainda não é não deve ser comunicado como tal. Quando assim se comunica devem ter-se em conta as evidências produzidas pela ciência, mesmo sabendo que as descobertas podem mudar a qualquer momento. Dizer-se que os cientistas “acreditam” que os seus resultados vão mudar algo, sugere-se, falsamente, que esta aceitação não é baseada na ciência, mas, de alguma forma, na fé. Expressões como “caso venha a confirmar-se” ou “acredita-se que estes resultados” são comummente usadas em notícias sobre ciência, quando são em tudo antagónicas à própria Ciência. Esta proximidade da ciência e da fé, ou seja, acreditar sem ter provas, tende a lembrar religião, que descreve o sobrenatural, algo que a ciência não pode, nem quer, realizar. É ridículo dizer que “acredito” no telemóvel. Eu sei dos seus benefícios, baseada nas evidências que o mesmo produz. Isto é ciência.

É certo que novos avanços podem produzir sempre novas certezas, que podem contribuir para a reavaliação das descobertas anteriores, mas isso é parte da ciência, um processo constante e dinâmico que continua a trazer novas questões e respostas.

Os lugares-comuns, as frases feitas e os chavões devem ser evitados. Nunca se pode escrever tudo. Na escolha de qualquer comunicação, incluindo a ciência, na seleção de qualquer ângulo de abordagem deverá prevalecer sempre o rigor da informação.

Em Ciência, a obrigatoriedade de partilhar com a sociedade os resultados obtidos deverá ser uma premissa, mas informar e comunicar com precisão deverá ser um princípio basilar.

Citando Sandra Duarte Tavares, linguística portuguesa, «reinventando o clássico cliché “nós somos aquilo que comemos”, nós somos, sem sombra de dúvida, aquilo que comunicamos!»