Amor ou paixão?
Se o amor pode durar a vida
inteira? Pode. Não é possível percebê-lo, não é fácil falar sobre ele porque,
simplesmente, tudo o que se diga para descrevê-lo pode soar a “lamechas”. Penso
muitas vezes que não conseguiria viver sem ti, embora tenha consciência de que
na vida quase tudo se consegue. Casámos oficialmente um com o outro há 15 anos,
mas na verdade casámos muito antes, há cerca de 25 anos.
Concordo com Miguel Esteves Cardoso
quando diz num dos seus artigos: “percebo hoje a razão por que Auden disse que
qualquer casamento duradoiro é mais apaixonante do que a mais acesa das paixões.
Guardar é um trabalho custoso. As coisas têm uma tendência horrível para
morrer. Salvá-las desse destino é a coisa mais bonita que se pode fazer”.
Atualmente, as relações são muito
fugazes. Amar é fácil, resistir ao amor é difícil, e falar sobre ele deixa-nos
sem graça. Porquê? Não é o amor o mais nobre dos sentimentos? Não desinquietou
o grande Camões e inspirou Fernando Pessoa que fez do amor uma temática constante
da sua obra literária? Amar exige compromisso e paciência. Exige entrega e
sabedoria. Qualquer um se apaixona, mas nem todos conseguem amar. A paixão é fugaz,
o amor é persistente.
Mas afinal o que é o amor? Somos nós,
os nossos filhos e a soma das nossas vidas. As noites e os dias, as presenças e
as ausências, que nos fortificam a alma e alimentam o ser. São as redundâncias,
as banalidades, o altruísmo e as rotinas. E, assim, somos felizes porque todos
os dias encontramos no amor mais motivos para amar. O amor torna-nos fortes, é
ele que nos impele quando as dificuldades subsistem, faz-nos homens e mulheres
mais predispostos a dar e a receber e, consequentemente, a partilhar e a sermos
melhores. Neste sentido, muitos são os que, através dos tempos, procuram retratar
o amor; são escritores, artistas,
músicos e pintores que o descrevem, mesmo sem saber concretamente como fazê-lo.
Descrevem o que sentem enquanto amam, são amados, e sentem o prazer do amor.
Porém, são muitas as vezes em que,
na rotina do dia-a-dia, nos esquecemos do nosso amor. O tempo, ou a falta dele,
é o pior inimigo dos que se amam.
O amor exige sustento, cuidado e paixão,
mas os nossos dias loucos e frenéticos não se compadecem com ele e, por isso, o
amor tem que ser nutrido com pequenos gestos. Sim porque o amor é grande, mas
alimenta-se das mais ínfimas coisas. Chega a alienar-nos, a invadir-nos os
pensamentos, quando tu falas eu já consigo prever o que vais dizer, o amor é uma
espécie de ser omnipresente, que tudo sabe e tudo vê.
O meu amor por ti é um estado de
alma e, embora a alma se possa encontrar em vários estados, o nosso amor está
sempre atento a estas fusões. Não gosto de relações fáceis, demasiado perfeitas
e previsíveis, porque o que não exige sacrifícios não vale a pena, é vulgar.
Estou um pouco farta de coisas fáceis. Na verdade não sei do que falo porque eu
própria não sou fácil. Como toda a gente. Mudo sempre que posso e consigo e,
apesar dos meus defeitos, não suporto a falta de amor.
O amor é o ar que respiro. Penso,
que exagero! Mas, depressa concluo que não conseguiria viver sem amor, não saberia
viver sem ti, não saberia viver sem “nós”.
Amei e aplaudo cada parágrafo!!! Excelente texto minha querida amiga <3 que retrata a mais pura realidade de uma relação a dois! Felicidades
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