Etiqueta e boas maneira


À primeira vista poderia pensar-se que se trata de um título de um dos livros de Paula Bobone ou de uma qualquer escritora maníaca em «Etiqueta e Boas Maneiras», ou de uma “tia” preocupadíssima com o que é «Socialmente Correcto». Desenganem-se os que assim pensam. A etiqueta e boas maneiras de que vos falo abrangem mais do que o conteúdo de um livro e ultrapassam o histerismo de qualquer “tia”.

Na infância muitas vezes nos disseram: “tem boas maneiras”! Na escola ensinaram-nos que devemos ser “meninos educados” e prepararam-nos para sermos “cidadãos conscientes”. Atualmente, o conceito “cidadania” é introduzido nos currículos pedagógicos, nos programas anuais, nas mais recônditas áreas do saber, como se de uma qualquer descoberta miraculosa se tratasse!

Quando somos adolescentes, não percebemos muito bem o que é isso de etiqueta e, muito menos, boas maneiras. O que é ou não socialmente correto? Ora, aqui reside o cerne da questão. A formação cívica é uma espécie de cadeia alimentar. E passo a explicar: o saber ser e o saber estar transmitem-se de pais para filhos. Quando algo interfere na harmonia dessa cadeia, a teia quebra-se e dá-se o desequilíbrio, as etapas não se constroem gradualmente, a informação dissipa-se e os órgãos sensoriais ficam atrofiados ou inibidos. As lesões daí resultantes, mais tarde poderão estar na origem de graves alterações emocionais, frustrações e malformações - talvez, resultem daí os indivíduos mal formados!   
 
Ora vejamos: o leitor, com certeza, conhece a etiqueta e preocupa-se com ela. A “etiqueta” de que vos falo poderia muito bem ser a da senhora X ou da senhora Y! E porque não o senhor Z (armado em finório) ou o senhor P (todo cheio de nove horas!). Mas fico-me apenas pelas relações humanas entre pais e filhos, docentes e discentes, subordinantes e subordinados, cidadãos e cidadãs em geral! Em qualquer local e em qualquer relação de empatia, amizade, profissional, partidária, clubística, até ao simples cumprimento habitual, a etiqueta está a ser avaliada e testada. Discutir com dialética pode ser um bom princípio. Reflectir sobre a palavra diálogo, pode ser um bom complemento. E já agora dialogar, para além de ser uma arte é, certamente, um dom que muitos gostariam de ter. Mas há diálogos e diálogos. Eu, preferencialmente, aprecio aqueles que contém uma certa dose de elegância, sem sopranos ou tenores! Já diz a sabedoria popular que “o silêncio é de ouro e muitas vezes é resposta”.



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